Como Vingadores: Ultimato quase foi totalmente diferente

Como Vingadores: Ultimato quase foi totalmente diferente

Como Vingadores: Ultimato quase foi totalmente diferente

Vingadores: Ultimato” marcou o clímax de uma década de narrativa cinematográfica, entregando um final agridoce que emocionou milhões. No entanto, o filme que vimos nos cinemas poderia ter sido drasticamente diferente. Desde sacrifícios maiores até reviravoltas na linha do tempo, os planos originais para o desfecho da Saga do Infinito revelam um processo de desenvolvimento cheio de decisões criativas e mudanças de última hora.

Inicialmente, a visão para “Ultimato” era ainda mais sombria. O presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, chegou a propor um final no estilo “Toy Story 3”, onde todos os seis Vingadores originais se sacrificariam juntos. Contudo, os diretores Joe e Anthony Russo resistiram a essa ideia, acreditando que seria “extrema demais” e que o público não conseguiria processar uma perda tão massiva. Eles optaram por uma abordagem mais equilibrada, com sacrifícios específicos em momentos-chave para permitir catarse emocional.

Em um certo ponto, os Russos consideraram até mesmo que Capitão América e Tony Stark morressem juntos. No entanto, o produtor Nate Moore sugeriu a ideia de Steve Rogers se reunir com Peggy Carter. Ele argumentou que dar a Steve uma chance de felicidade pessoal seria uma resolução mais significativa e inesperada, especialmente porque o arco de Tony girava em torno de aprender o auto-sacrifício. Além disso, os diretores sentiram que desfechos variados para os personagens tornariam o final menos previsível e mais rico. Uma versão anterior, inclusive, imaginava Thanos voltando no tempo para matar todos os Vingadores em 2012 e deixar a cabeça decapitada do Capitão América do passado aos pés de Steve Rogers do presente. 

A morte de Tony Stark, um dos momentos mais impactantes do filme, também teve várias iterações. Na versão inicial da cena, Tony nunca proferiu sua icônica frase “Eu sou o Homem de Ferro”, nem Thanos disse nada. Nessa gravação, Thanos apenas colocava a manopla, dava um olhar de “Eu venci” para Stark e estalava os dedos, apenas para perceber em choque que nada acontecia. Então, Tony, em silêncio, levantava a mão e estalava os dedos. Embora bem filmada e emocionalmente ressonante, essa versão carecia de uma resolução temática para Thanos. Os Russos perceberam que o arco de Thanos em “Ultimato” era construído em sua crença na inevitabilidade, e ele precisava verbalizar isso uma última vez, dizendo “Eu sou inevitável”, o que levou à resposta de Tony. Regravar a cena foi um desafio, pois Robert Downey Jr. já havia se despedido da equipe, mas Feige e os Russos o convenceram da necessidade da frase. Curiosamente, Downey também achou que seria mais poderoso para Tony morrer em silêncio do que com alguma fala final que os roteiristas haviam escrito. Uma cena onde Tony visitava o Mundo da Alma para encontrar sua filha Morgan crescida após o estalo também foi cortada por ser confusa e interromper o peso emocional de sua morte.

Nick Fury também quase teve um fim trágico. Em um ponto, ele morreria em um confronto brutal com a Ordem Negra de Thanos, esfaqueado por Corvus Glaive, espelhando a morte do Agente Coulson. Se essa cena tivesse sido mantida, “Capitã Marvel”, onde Fury desempenha um papel crucial, teria servido como uma espécie de “canto do cisne” para o personagem. 

O sacrifício de Natasha Romanoff em Vormir também foi concebido de forma diferente. Inicialmente, o debate entre ela e Clint sobre quem deveria se sacrificar seria interrompido pela chegada de Thanos e seus capangas. Enquanto Clint formulava um plano, Natasha o ignorava e corria para a beira do penhasco, baleada três vezes, mas arrastando-se para a borda antes de se jogar. Os cineastas sentiram que essa versão carecia da profundidade emocional do corte final, pois o ataque das forças de Thanos distraía do cerne do sacrifício de Natasha. 

Até a morte de Nebula teria sido outra. Originalmente, ela interceptaria a Manopla de Stark durante a batalha final, e em um ato desesperado para provar seu valor a Thanos, tentaria empunhá-la. Contudo, ela morreria ao descobrir que não era poderosa o suficiente para usar as Joias. Essa versão teria enfatizado sua trágica busca pela aprovação do pai, mas a confrontação mais direta entre as duas versões de Nebula foi escolhida para reforçar o crescimento da “Nebula boa”. 

A própria missão de roubo no tempo (“Time Heist”) foi planejada de várias maneiras. Em rascunhos iniciais, a equipe não revisitava os eventos de “Os Vingadores”. Tony, por exemplo, iria para Asgard, onde, usando um traje furtivo, infiltraria o cofre de Odin para recuperar o Éter e o Tesseract, enfrentando Heimdall. Thor, por sua vez, teria cenas estendidas com Jane Foster. Os Russos chegaram a considerar Thor enfrentando uma versão mais jovem de si mesmo em Asgard, mas decidiram que o arco de Thor seria mais bem servido através de seu emotivo reencontro com sua mãe, que desempenhou um papel mais significativo em sua jornada de autoaceitação e cura. Inicialmente, os roteiristas evitaram retornar aos eventos de “Os Vingadores” por achar que seria “panderismo”, mas Joe Russo acabou defendendo a

Os trajes temporais também eram diferentes, baseados na malha respiradora dos Guardiões da Galáxia, que criava uma bolha ao redor da cabeça de todos. No entanto, após verem as filmagens de teste, os Russos acharam que o visual era “horrível”, optando pelos capacetes inspirados no Homem-Formiga. 

O retorno dos Vingadores desintegrados pelo estalo também quase foi handled de outra forma. Eles reapareceriam no complexo, e antes da chegada de Thanos, cortaríamos para todos comendo pizza, em uma sutil referência à cena da shawarma no primeiro filme. A icônica cena dos portais, com todos os heróis retornando, quase não existiu, sendo substituída por uma câmera girando ao redor do Capitão América com todos se materializando atrás dele. Originalmente, Peter Parker seria o primeiro a retornar do estalo, mas a sequência foi reestruturada para construir o impacto gradualmente. 

Thanos e Doutor Estranho estavam originalmente programados para uma revanche durante a batalha final. Estranho lançaria a consciência de Thanos na “paisagem mental”, confrontando-o com seus crimes antes de ser levado perante o Tribunal Vivo, uma entidade cósmica que o julgaria culpado. Embora visualmente deslumbrante, essa sequência foi cortada para manter a batalha final no campo de batalha. 

Até mesmo o destino de Thor foi uma decisão de última hora. Sua união aos Guardiões da Galáxia no final do filme não estava nos planos originais, sendo uma decisão tomada durante a edição. Isso pegou James Gunn, que havia acabado de retornar à Marvel para dirigir “Guardiões da Galáxia Vol. 3”, completamente de surpresa, já que sua história já estava escrita e ele teria que incorporar Thor. Felizmente, “Thor: Amor e Trovão” resolveu rapidamente essa linha da trama, poupando Gunn de ter que incluir Thor em seu filme. 

No fim das contas, “Vingadores: Ultimato” foi um balanço cuidadosamente elaborado de nostalgia, recompensas emocionais e narrativa focada nos personagens. As muitas mudanças, desde mortes alternativas até planos drasticamente diferentes para a missão do tempo, destacam o quanto o filme evoluiu durante o desenvolvimento, garantindo que cada herói recebesse um desfecho que fosse fiel à sua história.

Fonte de pesquisa: Bullets & Blockbusters

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